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Archive for the ‘Narrativa Gráfica’ Category

Apresentando-se com uma mostra de exposições de teor menos disperso, ao contrário do que habitualmente se caracteriza, vai decorrer desde o dia 7 até ao dia 23 de Junho o Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja. Entre os vários autores presentes, no primeiro fim-de-semana, poderíamos destacar Tardi, Miguel Rocha, Gloria Ciapponi e Luca Conca além de Daniel Silvestre. Uma oportunidade também, durante os dias em que decorre este evento, para se assistir às propostas de novas edições, seguir visitas guiadas, workshops ou usufruir da presença do Mercado do Livro, onde estarão representadas várias editoras no campo da narrativa gráfica, nas quais se incluem as edições Quarto de Jade.

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Este ano foram atribuídas, pelo DGLAB, quatro bolsas de criação literária no âmbito de banda desenhada. Estou grato por esta possibilidade que me permitirá desenvolver, nos próximos meses, um projecto onde se apresentam duas histórias, em contraponto, a partir de um mesmo lugar mas durante tempos diferentes.

Xuanzang (século VII) viaja para se tornar possível, através de si, o conhecimento para os outros. Nora (século XXI) vai para a Índia para ter tempo para si própria. Ela paga o hotel, ele encontra hospedagem por pessoas que o aceitam acolher. Ela acede ao conforto físico, ele sujeita-se ao desconforto. Nora afasta-se do seu quotidiano para ter um outro espaço de reflexão. Xuanzang, vivendo o desapego, procura conhecimento para perpetuar a via monástica. Neste cruzamento, ambos têm em comum a observação sobre o “presente”, capazes de assistirem à vida e dela participarem no quotidiano.

 

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A metodologia deste programa de ensino foi desenvolvida por José Pedro Cavalheiro (Zepe), durante o Curso de Banda Desenhada que dirigiu entre 2001 e 2007. Este Curso foi criado no âmbito do CITEN – Centro de Imagem e Técnicas Narrativas do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, e posteriormente foi transferido para o CIEAM – Centro de Investigação e de Estudos Arte e Multimédia da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, actualmente CIEBA – Centro de Investigação e de Estudos em Belas-Artes

A metodologia (item 1 a 61) explica de modo sucinto a sequência de exercícios do programa – do pictograma à narrativa final. Idênticamente, este método é aplicado às áreas do Cinema de Animação e da Ilustração que se leccionam no CIEAM criando uma lógica transversal e um tronco comum na formação:

https://comicscourse.pt.ocidental-filmes.pt/

O último item consultável (nº62) diz respeito ao álbum de Banda Desenhada ‘MEMÓRIAS10’. É um livro que conta com 10 bandas desenhadas originais sob o tema ‘memória’. Cada BD foi criada por uma dupla argumentista/desenhador de alunos e ex-alunos dos cursos de Banda Desenhada e de Argumento.

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A apresentação do livro em banda desenhada «Zeca Afonso – A balada do desterro», com texto de Teresa Moure e desenhos de Maria João Worm, vai ter lugar no dia 2 de Agosto às 18.00h na Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo.
Entre palavras e silhuetas, ambas autoras tecem uma rede para sustentar um Zeca mais íntimo do que habitualmente temos presente. Antes de se tornar o cantor que deu voz à revolução dos cravos, o Zeca também foi uma criança vulnerável que cresceu em terras africanas. Mais tarde, num concerto na Galiza, partilha com a sua amiga Begónia Moa algumas das suas preocupações mais intimistas. Livro de 194 páginas, capa dura em formato de romance gráfico. Uma coedição de Acentral Folque, da Galiza, e Tradisom, de Portugal.
Exemplares disponíveis em tradisom.com.

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Enquanto prepara um novo livro de narrativa gráfica, a ser publicado este ano, transcrevemos uma parte da recensão de João Ramalho Santos ao livro Tu és os meus olhos, de Maria João Worm. Esta resenha foi publicada, originalmente, no Jornal de Letras, em Dezembro de 2021.

«O projecto editorial Quarto de Jade, de Maria João Worm e Diniz Conefrey, fez recentemente 10 anos de edições de qualidade, surpreendentes e inclassificáveis. A mais recente é Tu és os meus olhos, uma magnética obra em registo aparente de livro infantil, mas na qual Maria João Worm tece uma elaborada viagem iniciática (narrativa e de pesquisa gráfica), que oscila entre o mitológico e o pessoal, com toques simbólicos e surrealistas. Para o poder hipnótico do livro muito contribuem duas estratégias. Por um lado, a reinvenção constante de formas, quer citadas e metamorfoseadas em contextos diversos (mãos, diferentes objectos, colunas que podem ser de fumo, vento ou pensamento), quer reconstruídas utilizando diferentes componentes. Por outro, o uso de cores e espaço/fundo em branco (ou negro), nas quais as ilustrações parecem flutuar, ganhando uma qualidade simultaneamente frágil, diáfana e monumental, por vezes completando-se com o fundo, numa ilustração feita também de ausência.»

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Foi com agrado que lemos na mais recente edição do JL, de 16 a 29 Novembro, uma recensão de João Ramalho Santos sobre o livro «Área», de Diniz Conefrey, da qual deixamos uma breve passagem:
«Com a sua tiragem microscópica e detalhado trabalho editorial, este é uma impressionante obra de autor, que, no entanto, nada tem do tom de satisfação autorreferencial que essa designação tende a implicar. «Área» é um livro multifacetado, cujos vários universos se metamorfoseiam, cujas camadas se vão revelando e interpenetrando em múltiplas leituras…»

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Será pela descida, entre a ruína da construção humana, que o homem da sequência inicial irá reconhecer em si, frente ao espelho, o encontro. Iniciando-se assim a palavra, a possibilidade de escrever no caderno que permanecerá como objecto de corpo possível para registar. Tanto o humano como o que, através dele, o transcende.

Para além do modo como o livro segue em sequência e assim colmata a imprecisão temporal, o facto de haver ao início uma descida para o interior da construção humana atende ao que irá acompanhar todo o desenvolvimento narrativo que é imerso, tanto nas entranhas da terra como nas múltiplas referências ao elemento água.

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Seguindo uma modulação através de uma história que se passa no futuro, este livro toma como corpo a possibilidade de se abrir através de uma linguagem narrativa cuja montagem se baseia, essencialmente, na convergência de outros livros, de autorias diversas, recriando um espectro no qual a sucessão flui como um pensamento, despoletando memórias.

Em simultâneo, as memórias anteriores fazem parte desta nova respiração: raízes e sinapses convergem num ritmo onde a fixação das palavras se faz no interior do seu sentido visual.

Da autoria de Diniz Conefrey e publicado em Julho de 2022, com uma tiragem de sessenta exemplares, encontra-se disponível para venda através do site Quarto de Jade:

http://www.quartodejade.com/shop_books.php

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“It was February 24, 2004, 08:27 AM, on the Comics journal Messboard.” This is the first phrase of my blog, The Crib Sheet. What happened at that particular day and particular hour was that I, fed up with the accusation of not liking comics, decided to write a list of my favorite ones. With that list my answer was: I like comics, I just don’t like the same comics you like. This is the genesis and explanation of this book’s subtitle, “My Comics”. On the other hand, if you insist that I don’t like comics because what’s in this book are not precisely cartoonists, don’t worry, I like them too, they’re just not here yet because I divided the comics corpus in two: The Extended Field and The Restrict Field. This book is, then, an anti-essentialist stance, a cry of freedom from India Ink on board, if you like…

Domingos Isabelinho was born in Lisbon in 1960. He contributed to several magazines, catalogs of comics conventions in Portugal and other international comic art editions. He was invited, also, to the seminar Aesthetics of Contemporary Comics in Oslo, Norway, 2012.

Published by Chili com Carne and Thisco. Lisbon, 2022.

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Transcrevemos aqui, parcialmente, uma entrada de João Ramalho-Santos sobre o livro Nagual, editado pela Quarto de Jade, em 2017. O post original pode ser consultado no blog Sequências Rebeldes, com data de 5 de Agosto de 2017.

Numa cultura obcecada com quem é quem e fez o quê quando, as questões de autoria são prementes, sobretudo quando se trata de algo visto como positivo. Em arte esse reconhecimento parece óbvio e necessário, fora exceções como Banksy, e deixando de lado criações colectivas. Pelo menos até nos lembrarmos que muitos trabalhos clássicos (da arquitetura, à poesia e textos místico-religiosos) são colectivos, com uma ligação a nomes (a existir) muitas vezes ténue, feita para nos “proteger” de ter de considerar obras fundadoras como anónimas, órfãs de autor. As histórias entrelaçadas que compõem Nagual jogam com esta ideia.

Nagual inspira-se nas pinturas murais de Teotihuacan, a grande cidade-estado multiétnica do México pré-colombiano, que teve grande pujança em meados do primeiro milénio, entrando posteriormente em declínio. Utilizando um preto e branco de contraste vibrante e com poucas zonas de sombra (dadas pelo texto), nas seis narrativas que compõem Nagual assistimos aos vários passos da criação de um mundo, até desembocar nas criaturas que o tentam interpretar, com lendas e gravuras. Usando uma mescla hipnótica de formas geométricas e representações estilizadas de elementos mitológicos (serpentes emplumadas, jaguares, aves, árvores, coiotes, humanos) directamente inspiradas na arte pré-colombiana, glosa-se o nascimento de céu, estrelas, montanhas, rios, canções, violências, medos. Que levam a reflexões clássicas, das tentativas de interpretar os mistérios da existência, à fúria quanto às suas limitações e inevitável fim. E com o conceito de nagual enquanto transmutação (física ou psicológica) de ser humano em animal pairando sobre cada ser que se introduz na narrativa.

Nagual prolonga uma linha de exploração gráfica e conceptual que vem do notável Livro dos dias (também sobre o México pré-colombiano) mas também, num certo sentido, do abstrato Meteorologias (em que “anónima” era a temática). Mas quem encontrar o livro sem esse contexto (e/ou num futuro distante, quiçá pós-apocalíptico…) pode não ter acesso a esta informação. Encarará Nagual como hoje se admiram tapeçarias, cerâmicas, esculturas e pinturas nos mais variados contextos, cujas autorias se foram sumindo no tempo. Terá de construir em volta a sua própria mitologia.

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