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Posts Tagged ‘Livros’

Sendo a décima sexta publicação efectuada pelas edições Quarto de Jade, este livro cruza-se no tempo com outro título desta chancela, nomeadamente aquando do desenvolvimento do livro Nagual que viu a sua génese na Cidade do México em 2007. Nessa altura, Diniz Conefrey conheceu a escritora e poeta Cristina Guillermo tendo esta partilhado com ele alguns dos seus contos para os mais novos. Destes contos, destacou-se particularmente O mundo circular de Marina como um projecto a ter a sua concretização em forma de livro ilustrado. Mais tarde, em Lisboa, o ilustrador sugeriu a Maria João Worm que delineasse uma paginação de base, que tivesse um carácter compositivo, sobre a qual as imagens deste livro fossem realizadas. Desta forma surgiram as ilustrações, cujas pranchas originais tiveram a sua conclusão no México D.F., entre 2014 e 2015, no âmbito de uma bolsa concedida pela Secretaria de Relações Exteriores do Estado Mexicano.

O mundo circular de Marina apresenta a narrativa de uma menina que tenta compreender a perpetuidade do mundo através de uma espiral onde nada se detém. O pensamento de Marina e das crianças, antes de criarem raízes socioculturais, não tem localidade. Tendo em conta este sentir, no qual a afinidade se conjuga naturalmente, sem constrangimentos, ligámos geografias. Demos espaço ao tempo para ser possível o encontro entre passado e presente. Nesse sentido, a linha gráfica das ilustrações complementam o texto através da escolha de uma linguagem visual sem carácter descritivo. Foi encontrada essa expressão através dos códigos e composições visuais de etnias indígenas – tanto da arte do passado como de artistas do presente – características da costa do Pacífico, no actual estado de Washington, dos Estados Unidos da América.

Encostando o ouvido, há quem ouça o mar dentro de um búzio. Essa casca – casa espiralada – teve um molusco que a habitou. Desapareceu mas o espaço onde existiu mantem-se. Haverá outro ser que indique, de um modo tão claro, uma permanência de parte de si numa forma propícia a um espaço aberto à revisitação?

Este livro, numa tiragem de 60 exemplares numerados, está disponível na Loja Quarto de Jade: http://www.quartodejade.com/shop_books.php

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Um livro é uma expansão delicada, reflectindo uma vivência para tocar quem o queira receber num espaço de encontro comum. Além do nosso site, os livros mais recentes que editamos podem ser encontrados nas seguintes livrarias:

Almedina – Lisboa e Coimbra

Baobá – Lisboa

BD Mania – Lisboa

Centésima Página – Braga

Dr Kartoon – Coimbra

Fnac – Várias

Kingpin Books – Lisboa

Ler Devagar – Lisboa

Stet – Lisboa

Tinta nos Nervos – Lisboa


					

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A memória como contratempo exercido para que se fixe o que em si, naturalmente, segue em fluxo contínuo. A humanidade consegue fixar, registar. Escreve, faz incisões de gestos e atém. Prende ou, se quisermos, sustém. Julgo que o faz por contraponto ao volátil, tem medo do esquecimento, da morte. Usa as palavras que conjugam as pessoas num lugar de encontro partilhável. Entendível, desincriptável. Criou um modo de dizer que nomeia e, esperançosamente, o faz para que se entenda o propósito do inexplicável. Pode fazê-lo segundo uma tradição oral, ou fixar por inscrição: para ser lida. Duas formas de permanecer no espaço da memória.

Um livro é antes de mais um registo. Um pensamento que, ao apresentar-se para ser lido, supera a ideia de perda através da fixação. Nada garante que quem chega leia do mesmo modo como foi escrito, mas terá decerto uma leitura acertada com cada indivíduo, na sua intimidade. São de imensa acumulação os texto escritos. São demasiados e contudo belos nisso de serem vozes únicas de cada vez que se apresentam.

No caso da oralidade, que passa de uns para outros, fica sujeita a uma escolha e à delimitação do corpo que recebe a informação. Para mim fica mais leve e contemporâneo o que é dito. Será o testemunho do corpo em vida que o saberá fazer, ajustando-o à sua existência em continuação. Um upgrade vivêncial. Tarkovsky disse que os seus filmes seriam feitos apenas por estar em desequilíbrio com a vida, de outro modo a Arte não seria necessária.

Sugiro a leitura do livro «O Homem Livre» de Filipe Verde (Angelus Novus, Editora. Coimbra, 2008). Nele encontrei apoio no que tenho vindo a considerar como importante para sustentar a vida no meio de tantas vozes. Este livro aproxima-se dos Bororo e de como uma comunidade dita “simples” lida com a dualidade. Perante a anarquia da Natureza, onde também os seres humanos estão inseridos, através do corpo compulsivo que corresponde aos apelos da força natural e, ao mesmo tempo, a presença dos aroe: os espíritos que estão abertos à possibilidade de se pensar.

Participando o ser humano nestas duas vivências em simultâneo e interagindo entre elas, cabe-lhe um equilíbrio que decorre de regras segundo uma ética que faz juz à palavra. A palavra aparece como definidora de princípios éticos, que sustentam caudais de comportamento humano equilibrado.

 

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Foi com agrado que lemos na mais recente edição do JL, de 16 a 29 Novembro, uma recensão de João Ramalho Santos sobre o livro «Área», de Diniz Conefrey, da qual deixamos uma breve passagem:
«Com a sua tiragem microscópica e detalhado trabalho editorial, este é uma impressionante obra de autor, que, no entanto, nada tem do tom de satisfação autorreferencial que essa designação tende a implicar. «Área» é um livro multifacetado, cujos vários universos se metamorfoseiam, cujas camadas se vão revelando e interpenetrando em múltiplas leituras…»

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No fim-de-semana de 15 e 16 de outubro, entre as 11h00 e as 18h00, o Museu Bordalo Pinheiro recebe mais uma edição do Mercado de Ilustração e BD, que desta vez reúne cerca de vinte expositores, realiza vários lançamentos e conversas, organiza oficinas de ilustração e BD para todas as idades e apresenta ainda uma pequena mostra de filmes de animação.

Participantes: AguçaAvesso & TRavessoChili Com Carne • Revista dose • Ediciones Modernas El EmbudoErva Daninha Press (sábado) • Estúdio BulhufasFiascoGalhoIt’s a Book (domingo) • La LecheLegendary BooksMAGO studio • Massacre (sábado) • Oficina LobaPprviewPIM ediçõesPlaneta TangerinaPonto de FugaQuarto de JadeStolen BooksTASCO/Vicara Design • The Lisbon StudioEditorial Project (VIRA)

PROGRAMA

Sábado, 15 OUT
11h00: Workshop de BD com Filipe Abranches, à volta do imaginário de Bordalo Pinheiro
15h00: Workshop de Cartazes Ilustrados com Mantraste15h00: Apresentação da Coleção e Biblioteca Online do Museu Bordalo Pinheiro
16h00: Lançamento da revista finlandesa Kutikuti (nº 65, edição especial dedicada à BD portuguesa contemporânea)
16h30: Oficina de ilustração “Envio postal”, com Inês Viegas Oliveira
17h00: Conversa com Pedro Vieira de Moura e Marcos Farrajota

Domingo, 16 OUT
11h00: Oficina “Livro Mutante”, com Carolina Celas
15h00: Conversa “Área – Raízes e sinapses”, com Diniz Conefrey e Maria João Worm (Quarto de Jade)
16h00: Mostra de Curtas de Animação (com filmes de André Ruivo, Catarina Sobral e Henrique de Abreu Gouveia)
17h00: Apresentação sobre as Ediciones Modernas El Embudo, com Gustavo Puerta Leisse
ENTRADA GRATUITA

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Agradecemos  a todas e todos aqueles que estiveram no passado dia 20, na esplanada da livraria Tinta nos Nervos, para  partilhar connosco uma conversa em torno do livro mais recente das edições Quarto de Jade. Nesta fase, temos contemplado tiragens mais reduzidas e, consequentemente, um preço de capa mais elevado. Mas o cuidado que colocamos em cada edição é agora redobrado, apresentando-se esta forma como sendo a mais consentânea entre as nossas propostas narrativas e os leitores interessados em lhes conferir um apreço de sustentabilidade. Deixamos aqui uma breve recensão, pela voz de Pedro Moura, para que possam conhecer melhor este livro – disponível nas livrarias ou através da loja do nosso site.

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Será pela descida, entre a ruína da construção humana, que o homem da sequência inicial irá reconhecer em si, frente ao espelho, o encontro. Iniciando-se assim a palavra, a possibilidade de escrever no caderno que permanecerá como objecto de corpo possível para registar. Tanto o humano como o que, através dele, o transcende.

Para além do modo como o livro segue em sequência e assim colmata a imprecisão temporal, o facto de haver ao início uma descida para o interior da construção humana atende ao que irá acompanhar todo o desenvolvimento narrativo que é imerso, tanto nas entranhas da terra como nas múltiplas referências ao elemento água.

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Seguindo uma modulação através de uma história que se passa no futuro, este livro toma como corpo a possibilidade de se abrir através de uma linguagem narrativa cuja montagem se baseia, essencialmente, na convergência de outros livros, de autorias diversas, recriando um espectro no qual a sucessão flui como um pensamento, despoletando memórias.

Em simultâneo, as memórias anteriores fazem parte desta nova respiração: raízes e sinapses convergem num ritmo onde a fixação das palavras se faz no interior do seu sentido visual.

Da autoria de Diniz Conefrey e publicado em Julho de 2022, com uma tiragem de sessenta exemplares, encontra-se disponível para venda através do site Quarto de Jade:

http://www.quartodejade.com/shop_books.php

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TENSE DRILLS

Esta série de poesia-colagem teve como ponto de partida o livro epónimo de gramática inglesa de L. W. Giggins e D. J. Shoebridge (Londres/Hong Kong, Longman, 1970). Algumas frases procedem (mais ou menos textualmente) dos exemplos dados nesse volume, já que o plano primitivo era fazer uma espécie de pseudo-manual ilustrado sobre tempos verbais. A certa altura, presente, pretérito e futuro enovelaram-se e perderam boa parte da função estrutural que tinham no início; a série tomou outro(s) rumo(s), e as imagens e ideias que foram aparecendo pediram-me outras palavras. Forma e espaço foram, desde o começo, considerações importantes – e ritmo e rima (por enviesada que seja em muitos casos) surgiram de modo espontâneo, para complicar estes «exercícios» cujo único interesse prático foi o de me manterem ocupado durante os períodos de confinamento de 2020 a 2021.

A maioria das figuras provém de números avulsos das revistas Paris Match e Life en Español, e o texto foi dactilografado na minha velha Antares 20T Efficiency. Esta ligação física com o passado tornou-se importante para a série e uma parte significativa do prazer de a construir.

Rui Pires Cabral

Tense Drills. Edições do Saguão, 2021

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“It was February 24, 2004, 08:27 AM, on the Comics journal Messboard.” This is the first phrase of my blog, The Crib Sheet. What happened at that particular day and particular hour was that I, fed up with the accusation of not liking comics, decided to write a list of my favorite ones. With that list my answer was: I like comics, I just don’t like the same comics you like. This is the genesis and explanation of this book’s subtitle, “My Comics”. On the other hand, if you insist that I don’t like comics because what’s in this book are not precisely cartoonists, don’t worry, I like them too, they’re just not here yet because I divided the comics corpus in two: The Extended Field and The Restrict Field. This book is, then, an anti-essentialist stance, a cry of freedom from India Ink on board, if you like…

Domingos Isabelinho was born in Lisbon in 1960. He contributed to several magazines, catalogs of comics conventions in Portugal and other international comic art editions. He was invited, also, to the seminar Aesthetics of Contemporary Comics in Oslo, Norway, 2012.

Published by Chili com Carne and Thisco. Lisbon, 2022.

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